quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Nota da Visão Mundial Brasil sobre o Projeto de Irrigação do DNOCS para a Chapada do Apodi


Nota da Visão Mundial Brasil sobre o Projeto de Irrigação do DNOCS para a Chapada
do Apodi

A Visão Mundial é uma organização não-governamental, cristã, brasileira, de desenvolvimento, promoção de justiça e assistência, que, trabalha com crianças, famílias e comunidades a fim de que alcancem seu potencial pleno. Ao longo dos mais de trinta e seis anos de atuação no Brasil, a Visão Mundial vem trabalhando sob a ótica da sustentabilidade econômica, social e ambiental das crianças e famílias das comunidades onde atua. E com esse objetivo temos trabalhado nos últimos 15 anos com comunidades da chapa do Apodi no intuito da construção do desenvolvimento transformador que pressupõe a satisfação das necessidades humanas em sua plenitude, através do desenvolvimento econômico acompanhado da conquista de direitos sociais, de dignidade, justiça, paz e esperança. Trabalhamos restaurando a solidariedade entre as pessoas e o respeito à natureza. Com base nos princípios acima citados e na defesa da produção familiar camponesa, a Visão Mundial vem tornar público seu compromisso de apoiar o posicionamento já adotado pelos movimentos sociais locais, no sentido de ampliar o debate sobre Projeto do Perímetro Irrigado com as Águas da Barragem de Santa Cruz a ser instalado na Chapada do Apodi a cargo do DNOCS.

Entendemos que:
1. A implantação deste projeto, da forma como está programada trará prejuízos irreparáveis para a emergente produção sustentável em curso na região, fruto do esforço e da luta de diversas organizações e do trabalho das famílias;
2. Que o cultivo de monoculturas associado ao uso de agrotóxicos em larga escala, como é o caso em projetos dessa natureza, poderá contaminar seriamente o lençol freático que está localizado sob a chapada, cujas águas são atualmente usadas para consumo humano em vários municípios da região, podendo causar colapso no abastecimento;
3. Que o processo de desapropriação de pequenas propriedades, iniciado para implantação do projeto, caminha na contramão das necessidades da região, das estáticas apresentadas pelo último censo agropecuário do IBGE e dos interesses da sociedade;

Sendo assim reforçamos a necessidade do dialogo bem como nos colocamos a disposição para contribuir com o que nos for solicitado, desde que esteja em consonância com defesa dos diretos e interesses das famílias e comunidades mais pobres.

VISÃO MUNDIAL BRASIL
Informações repassadas por: Adeilton Dias Alves | Gerente da UOPE Sertão II 

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Nota dos Bispos da Igreja Católica no Rio Grande do Norte sobre o Projeto de Irrigação do DNOCS para a Chapada do Apodi


PROVÍNCIA ECLESIÁSTICA DE NATAL
ARQUIDIOCESE DE NATAL
DIOCESE DE MOSSORÓ
DIOCESE DE CAICÓ

Nota dos Bispos da Igreja Católica no Rio Grande do Norte
sobre o Projeto de Irrigação do DNOCS para a Chapada do Apodi

A Igreja Católica no Rio Grande do Norte, ao tomar conhecimento do Projeto de irrigação que o DNOCS deseja implantar na Chapada do Apodi, amparado pelo Decreto Nº 0-001 de 10 de Junho de 2011, que torna de utilidade pública 13.855,13 hectares para fins de desapropriação, vem, através de seus Bispos, manifestar a sua preocupação acerca da implementação do referido Projeto.
Todos somos sabedores que, naquela região, se concentram as principais experiências de agroecologia e produção de alimentos da Agricultura Familiar Camponesa do nosso Estado. Essa realidade nos interpela para a consciência de se preservar o modo de viver destas comunidades, bem como a sadia qualidade de vida dessas famílias e do meio ambiente, sem interferir em suas práticas culturais e socioambientais.

Sabemos da grande importância do aproveitamento das águas da Barragem de Santa Cruz do Apodi, garantindo, em primeiro lugar, o abastecimento humano de todas as comunidades rurais e urbanas da região, como também na utilização para a produção de alimentos saudáveis, sem uso de agrotóxico, geração de emprego, renda, segurança e soberania alimentar para as famílias de agricultores/as familiares.
Após diálogo com as famílias na região, movimentos sociais, serviços e pastorais sociais da Igreja Católica, que há muitos anos atuam na Chapada do Apodi, compreendemos que a proposta de projeto defendida pelo DNCOS trará enormes prejuízos aos agricultores familiares ali residentes, pois terão de deixar suas casas e as terras, onde vivem há mais de um século, praticando agricultura baseada na agroecologia, para dar lugar a um grupo de empresas cujo modelo de produção baseia-se na monocultura e no uso intensivo de agrotóxico que, como sabemos, contamina a água, a terra e o ar, com consequências graves diretas na saúde das pessoas e no meio ambiente.
Lamentavelmente, ao alimentar esse padrão de desenvolvimento, o atual governo inviabiliza a justa prioridade que atribuiu ao combate à miséria em nosso país, tendo como eixo estruturante o crescimento econômico pela via da exportação de commodities. Esse padrão gera efeitos perversos que se alastram em cadeia sobre a nossa sociedade. Na Chapada do Apodi, a expressão mais visível da implantação dessa lógica econômica é a expropriação das populações de seus meios e modos de vida, acentuando os níveis de degradação ambiental, da pobreza e da contínua dependência desse importante segmento da sociedade potiguar às políticas sociais compensatórias.

Não temos dúvidas de que esse modelo, aqui adotado desde o início de nossa formação histórica, ganhou forte impulso nas últimas décadas com o alinhamento dos seguidos governos aos projetos expansivos do capital. Materialmente, ele se ancora na expansão do hidro agronegócio e em grandes projetos de infraestrutura implantados para favorecer a extração e o escoamento de riquezas naturais para os mercados globais.

A Igreja Católica, à luz de sua doutrina social, entende que a implantação de um projeto desta magnitude não pode ser motivada por uma lógica meramente econômica e produtivista, que não leva em consideração a proteção da vida humana e da sociobiodiversidade. Não temos o direito de subordinar a agenda do bem viver das comunidades campesinas à agenda econômica do modo de produção e consumo vigente.
Neste momento, como pastores do Povo de Deus, que está sob o nosso cuidado pastoral, somos chamados a ser solidários aos agricultores/as familiares da Chapada do Apodi e a sensibilizar o Governo Federal para REVOGAR o Decreto Nº 0-001 de 10 de Junho de 2011 e abrir diálogo na construção de novo projeto com os recursos já disponibilizados no PAC, que seja capaz de integrar a Chapada e Vale do Apodi visando fortalecer a agricultura familiar camponesa de base agroecologica, incluindo todos os assentamentos que estão nesta região.

Por fim, pedimos que Nossa Senhora da Apresentação, a Senhora Santana e Santa Luzia, padroeiras de nossas dioceses, intercedam junto a Deus para iluminar nossos governantes, para que promovam o bem comum, a paz e a justiça socioambiental.

Natal-RN, 05 de dezembro de 2011

Dom Matias Patrício de Macedo
Arcebispo Metropolitano de Natal

Dom Mariano Manzana
Bispo de Mossoró


Dom Manoel Delson Pedreira da Cruz
Bispo de Caicó

Dom Heitor de Araújo Sales
Arcebispo Emérito de Natal
Presidente do Seapac
Doc. enviado por Procopio-Coordenação da ASA POTIGUAR/SEAPAC

domingo, 11 de dezembro de 2011

IFRN de Ipanguassu visita experiências apoiadas pelo CENTRO JUAZEIRO.


 IFRN de Ipanguaçu visita experiências apoiadas pelo CENTRO JUAZEIRO.

Um grupo de estudantes do curso técnico de Agroecologia do IFRN – Instituto Federal de Educação do RN acompanhados pelo professor Wilson e pela professora Francisca Gomes Torres Filha conheceram as experiências agroecológicas acompanhadas pelo CENTRO JUAZEIRO em Patu e Messias Targino.
Aluizio, Wilson, Expedito, Fabrício e Francisca Gomes

Dedé - M. Nova e sua Beterraba de 1,8Kg
A Feira da Agricultura Familiar de Patu – uma grande diversidade de produtos foram apresentados pelas famílias aos estudantes. Hoje a feira é composta por 12 famílias de 8 comunidades. Comercializam todos os sábados produtos de origem animal e vegetal.
Neide, Fabrício, Sandra e Bruno - PDA Novo Sertão
Fabrício Edino - Centro Juazeiro, Dedé e Dorismar - Morada Nova e Divisa

A feira da agricultura familiar de Patu conta com o apoio do Centro Juazeiro, o PDA Novo Sertão, Visão Mundial, Rede Pardal, Rede Xique Xique, AVSF, Prefeitura Municipal de Patu, STTR de Patu, e diversas pessoas da sociedade organizada como é o caso do Prof. Aluizio Dutra.
Encontro da Horta de Maria José
Maria José e o Prof. Wilson
Horta Agroecologica _ Maria José e José de Militão _ Messias Targino – de inicio foram recebidos por Maria José e seu esposo Zé de Militão e já falando de como tudo começou, contaram das dificuldades que enfretaram e enfrentam até hoje. Mostraram e tiraram as duvidas dos estudantes sobre o cultivo de diversas hortaliças como o coentro, cebolinha, alface, tomate, além de outras como a cana de açucar, batata doce, melão de cheiro e gerimum. 
Zé de Militão e o Prof. Wilson
Agricultores, estudantes e professores próximo ao canteiro de produção de sementes de Cenoura

Um momento especial dessa visita foi sobre o processo de produção de sementes agroecologica.
Comunidade Negra do Jatobé e Estudantes reunidos
Participação de Dona Ducília e Dona Maurina
Francisca Gomes Torres Filha - Prof. do IFRN - Ipanguaçu
Comunidade Negra do Jatobá, Estudantes, Professores e Técnicos do Centro Juazeiro

Visita a Horta Agroecológica do Jatobá
Comunidade Negra do Jatobá _ Patu – os estudantes e professores chegaram e foram recebidos pelas famílias, o encontro aconteceu na sede da comunidade, a Prof. Francisca Gomes comentou rapidamente da importância dos estudantes estarem conhecendo essa esperiência em uma Comunidade Quilombola, buscando saber da história e da forma como vivem hoje. Toda a comunidade do Jatobá participou mostrando como surgiu a comunidade, os costumes e as estratégias de sobrevivência que tem para se ter uma vida melhor. Falaram das dificuldades que tem com o preconceito que ainda existem na sociedade. Visitaram também a horta agroecologica, a sala de maquinas de corte e costura e a produção de polpa de fruta.

Projeto Balaio possibilita intercâmbio em Unidade de Beneficiamento de Polpa.


Projeto Balaio possibilita intercâmbio em Unidade de Beneficiamento de Polpa.

As Organizações da Rede Pardal a partir do Projeto Balaio de Economia Solidária realizaram intercâmbio para conhecer uma Unidade de Beneficiamento de Polpa de Fruta na Comunidade de Boqueirão no Município de Touros. Essa atividade contou com a participação de vários (as) agricultores (as) de diversas comunidades da região oeste (Apodi, Mossoró, Gov. Campo Grande, Janduis, Messias Targino e Patu).

Durante a visita, foram apresentadas as principais salas, maquinas e equipamentos necessários para o bom desenvolvimento de uma atividade dessa natureza. O objetivo desse intercâmbio era conhecer uma intra-estrutura básica com o SIF – Sistema de Inspeção Federal.
Expedito Alves - Centro Juazeiro
Sala de Beneficiamento -com maquinas e materiais de inox

Todas as pessoas que participaram do intercâmbio saíram com o sentimento de missão comprida, pois conheceram uma infra-estrutura que tem SIF e perceberam que há uma necessidade de se pensar urgente projetos que construa Unidade de Beneficiamento dentro do padrão exigido pelo MAPA – Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento.
Neurivam Vicente - Coordenador da COOPERVIDA
Junior - Comunidade Negra do Jatobá - Patu

Tone - Messias Targino

Segundo Fabrício Edino – Centro Juazeiro, não será fácil conseguir projetos que fortaleça esse grande potencial de produção de polpa das comunidades camponesas, mas temos a certeza que não vamos desistir dos sonhos de uma vida melhor.

Organização que participaram dessa atividade: CENTRO JUAZEIRO, AACC, TERRA VIVA, COOPERVIDA, CEACRU, TECHNE, CENTRO Pe PEDRO e SERTÃO VERDE.

O Projeto Balaio de Economia Solidário é uma iniciativa da Rede Pardal em parceria com a Rede Xique Xique e AVSF,  com apoio da União Européia – EU.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

PROJETO DE ASSENTAMENTO MILAGRE EM APODI É O ÚNICO SANEADO DO BRASIL

PROJETO DE ASSENTAMENTO MILAGRE EM APODI É O ÚNICO SANEADO DO BRASIL

Na última sexta-feira (25/11) o Assentamento Milagre, em Apodi/RN realizou um Dia de Campo em comemoração aos trabalhos relacionados à implantação do projeto piloto da estação de tratamento de esgoto doméstico viabilizado em parceria com a UFERSA/ UNP e UERN.

Esse projeto iniciou em 2008/2009 a partir de uma parceria estabelecida com o Centro de Apoio ao Desenvolvimento da Agricultura Familiar – TERRA VIVA que já tem atuação nessa área há mais de 10 anos. A UFERSA através dos professores Miguel Ferreira Neto e Nildo Dias buscaram viabilizar uma pesquisa que já há algum tempo tinham em mente. Após inúmeras visitas para escolha do local ficou definido esse assentamento e a partir daí as atividades não pararam de acontecer para realização desse tão sonhado protejo. Foram meses de trabalho envolvendo professores, alunos de mestrados e as famílias beneficiárias, mostrando que somente a ação coletiva é capaz de fazer acontecer e transformar o local. Hoje o assentamento está 100% saneado, coisa que não é comum em grande parte das cidades brasileiras. O modelo adotado pelos professores se baseia em experiências exitosas de países europeus que buscam sustentabilidade em suas ações e melhoria na questão ambiental.

Durante a atividade foram apresentados os projetos já desenvolvidos no assentamento, a parte da estação de tratamento bem como a produção de milho e girassol foi explicada pelo Professor Rafael Batista, a produção de flores ornamentais pela Professora Sandra Alves e a produção de forragens (capim elefante) e fruteiras (acerola) pelo assentado Zito.

Logo após foi formada uma mesa solidária composta pelo Professor Miguel Ferreira Neto – representado todos os professores da UFERSA, Antônio Gonzaga Lima – Presidente da Associação de Milagre, Francisco Edilson Neto – Presidente do Sindicato dos Trabalhadores/as Rurais de Apodi, Cláudia Mota – Centro Terra Viva, Valmir Alves da Silva – Superintendente do INCRA, Gonçalo Filho – Projeto Dom Hélder Câmara, Evandro Mendes – representante do Secretário de Agricultura do RN Betinho Rosado, Eron Costa - representante da Prefeita de Apodi Maria Goreti da Silveira Pinto e José Ivanaldo Xavier – UERN.

Todos os presentes parabenizaram a UFERSA e os parceiros pelo excelente trabalho realizado na área, tendo em vista que os recursos aportados nesse protejo foram mínimos (em torno de R$ 123.000,00) para realizar uma grande ação. Os demais projetos em execução estão sendo financiados por parceiros como o Banco do Nordeste (em tono de R$ 49.000,00) que apostam na ideia, sendo esse um exemplo a ser seguido.

Também estiveram presentes a representante da EMPARN Najara Melo, o querido Padre Theodoro, o Presidente da COOAFAP Irapuan Ângelo, os assentamentos vizinhos Laje do Meio, Portal da Chapada Nova Descoberta e Moacir Lucena e a comunidade de São Francisco.

Para o Professor Miguel o grande resultado é ao final ter relatórios comprovando que foi gerada saúde para a população, relembrou que há cada um real aplicado em saneamento básico diminui quatro reais em saúde publica. “A comunidade tem que ter direito a viver com dignidade e é para isso que precisa ser investido dinheiro publico, temos que acabar com essa ideia de que as famílias do campo tem que viver na lama. Se as pessoas passarem a viver melhor nesse sentido já estaremos satisfeitos, mesmo que não gere nenhuma produção”.

Segundo o professor Rafael na parte de reuso a preocupação foi como aplicar isso de forma sustentável no ambiente sem representar risco para as pessoas que trabalham com essa técnica e sem representar riscos para o produto agrícola que está sendo gerado e que pode ser comercializado. Esse é o grande desafio do projeto!

Ao final do evento o presidente Antônio Macaé agradeceu aos presentes pela participação e o apoio da UFESRA e de todos que contribuíram para a realização desse projeto, aproveitou para fazer solicitação à prefeitura de Apodi com relação à recuperação de estradas, a doação de bomba e a instalação de uma antena celular e lamentou a ausência da prefeita em não ter vindo conhecer tão importante trabalho. No encerramento foi servido um delicioso almoço com produtos da agricultura familiar, tendo-se a certeza que o campo continua sendo um bom lugar para viver e produzir com qualidade.

Enviado por Claudia Mota
http://marmotaapodiense.blogspot.com/2011/11/projeto-de-assentamento-milagre-em.html