terça-feira, 14 de fevereiro de 2012


MDA e Embrapa articulam inclusão produtiva no Semiárido nordestino



O ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, reuniu-se ontem com o presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Pedro Arraes, e com o secretário de Desenvolvimento Territorial do MDA, Jerônimo Rodrigues, para discutir formas de a Embrapa contribuir para a inclusão produtiva de agricultores familiares do país, em especial no Semiárido nordestino. A parceria com a empresa pode abrir novas possibilidades para a inclusão produtiva, segurança alimentar e melhoria da renda de agricultores familiares nordestinos.

Uma das frentes em que a Embrapa cooperará com o MDA é na identificação de culturas propícias para serem plantadas em áreas de altitude espalhadas pelo Nordeste, a exemplo da Chapada Diamantina, na Bahia, e a Serra da Ibiapaba, no Ceará. A empresa também ajudará na identificação de tipos de mandioca ricos em proteína que possam ser usados como ração animal.

Segundo o ministro Florence, a cooperação entre o MDA e a Embrapa ajudará o Brasil a atingir metas estabelecidas pela presidenta Dilma Rousseff. “Temos uma enormidade de possibilidades onde a Embrapa pode contribuir com a agricultura familiar. Podemos avançar muito com o conhecimento produzido pela empresa e a estrutura do MDA pelo país”, afirmou.

Os resultados da parceria, por exemplo, devem ajudar os agricultores familiares a aumentar sua produtividade e gerar mais renda, retirando famílias da extrema pobreza, que é o objetivo de um dos principais programas do governo, o Plano Brasil Sem Miséria (PBSM). O ministro destacou ainda que o aumento na produtividade vai ajudar a controlar o preço dos alimentos, evitando uma alta da inflação, em especial o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Terras  de altitude
O ministro Florence frisou a necessidade de se observar as características de cada região para a identificação de que cadeia produtiva pode gerar mais resultados. “No Nordeste, temos que conviver com o Semiárido, encontrando as oportunidades mais adequadas de cultivo para a geração de renda lá, transferindo tecnologia para as regiões e os segmentos mais necessitados”, disse.

Para tanto, Florence acredita que é necessário utilizar melhor as áreas subaproveitadas, como as encostas de serras e outras terras de altitude. O presidente da Embrapa concordou. “Explorar as terras altas do Nordeste é um desafio interessante”, afirmou Pedro Arraes. Os técnicos da empresa explicaram que já estão sendo estudadas as culturas mais propícias para tais regiões. Por suas características físicas e por conterem Áreas de Proteção Ambiental (APAs), esses locais não podem ter culturas que demandem grandes extensões territoriais.

A Embrapa identificou como culturas adequadas para essa região, por exemplo, o plantio de maçã, oliva, pêra, tomate, café orgânico e flores e plantas ornamentais. Estas três últimas já são cultivadas por agricultores familiares. Um exemplo lembrado pelo ministro foi a produção de café na Chapada Diamantina, de onde o produto, premiado internacionalmente, é exportado para diversos países.

Mandioca
Afonso Florence informou que duas áreas em que os agricultores familiares nordestinos devem investir para garantir a produção no longo prazo e atingir as metas do PBSM são a fruticultura e a criação de animais. Um dos pontos em que a Embrapa pode contribuir, que já está sendo pesquisado pela empresa, é o cultivo de mandioca. O desafio, relata Florence, é encontrar variedades da planta que concentrem proteína e resistam à estiagem do semiárido.

A chamada parte aérea da planta, que inclui ramos, hastes e folhas, contém alto valor protéico – as folhas secas, por exemplo, têm um percentual de proteína pura que chega a 25%. A mandioca pode, assim, ser usada na composição da ração de animais criados no Semiárido, como bois e cabras.

Outra frente a ser explorada é a transferência de tecnologia da Embrapa para as equipes de assistência técnica (Ater) do MDA, ajudando os agricultores a melhorar a produtividade no campo. “No caso da caprinocultura, temos bastante conhecimento, e, assim, uma facilidade grande para alavancar essa cadeia produtiva no Semiárido”, explica Pedro Arraes.

Inflação
O ministro frisou ainda que é importante monitorar o preço dos alimentos e lembrou que, retirando-se da equação as grandes commodities agrícolas, como soja e milho, por exemplo, 70% dos alimentos produzidos no país vêm da agricultura familiar, dando, assim, papel fundamental ao MDA no controle da alta dos preços. “A contenção do valor dos alimentos é importante para o controle da inflação”, salientou.

Fonte: MDA e AACC/RN

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